Saiba tudo sobre o cultivo do café brasileiro no Rio de Janeiro, em São Paulo, na Bahia, em Minas Gerais e no Espírito Santo e conheça essas que são as regiões cafeeiras mais famosas do Brasil
Em meados de 1720, quando o café chegou ao Brasil, ninguém poderia imaginar que nosso país se tornaria um dos maiores produtores do mundo.
O café brasileiro é um dos destaques da economia nacional, e muito desse sucesso se deve às condições climáticas favoráveis das regiões cafeeiras do Brasil. Não à toa, esse grão faz parte do nosso cotidiano e da nossa cultura.
Duas das primeiras grandes cafeiculturas brasileiras foram estabelecidas no Rio de Janeiro, mais especificamente na Baixada Fluminense, e em São Paulo, no Vale do Rio Paraíba. Logo em seguida, espalhou-se para Minas Gerais, para o Maranhão, para o Paraná e para a Bahia.
Neste artigo, vamos falar sobre as principais características das regiões cafeeiras mais famosas do Brasil. Acompanhe a leitura!
Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro cultiva um café que é mundialmente conhecido pela qualidade dos grãos especiais, que chegam a alcançar notas de 80 a 100 nas provas feitas por profissionais especializados.
Com sabores e com aromas acentuados, diversas qualidades de corpo e de notas são pontuadas no café carioca. Atualmente, esse território produz anualmente cerca de 16 mil toneladas do grão, o que proporciona a movimentação de R$ 89 milhões.
São Paulo
Quando o assunto é café brasileiro, São Paulo sempre foi um braço forte. Grande parte dos produtores do país, para se beneficiar das condições favoráveis da região para o cultivo, concentra-se no estado.
O norte do estado é uma das regiões mais culturais e tradicionais para o cultivo do café, com uma prática que já ultrapassa 200 anos.
Ela pode ser dividida em Média Mogiana (que conta com municípios como São João da Boa Vista, Espírito Santo do Pinhal e Santo Antônio do Jardim) e Alta Mogiana (Batatais, Franca e Patrocínio Paulista).
Em Média Mogiana, o café é feito com grão arábica, é adocicado, possui boa acidez, corpo cremoso e notas de castanha e de chocolate.
Já em Alta Mogiana, o café também é feito com grão arábica, é bastante frutado, possui acidez média e corpo cremoso, com notas de chocolate, de nozes e de caramelo.
Bahia
A Bahia, atualmente, é responsável pela produção de cafés especiais. A região da Chapada Diamantina é um dos destaques, lá, especificamente, são produzidos grãos do tipo arábica.
Devido à altitude de aproximadamente 850 metros e à temperatura amena, a região oferece boas condições para o cultivo de café.
Os grãos produzidos são de ótima qualidade, o que faz o café ficar mais encorpado, porém aveludado e adocicado, com acidez cítrica e com notas de final prolongado.
Minas Gerais
A Mantiqueira produz ótimos cafés. Prova disso é que a região já foi premiada algumas vezes; inclusive, em 2018, ficou entre as finalistas em um concurso realizado de melhor café especial.
Alguns pontos nessa localidade chegam a 1.400 metros de altitude, e a região cultiva aproximadamente 70 mil hectares de café, sendo a maior produtora do país.
Os cafés de via úmida (aqueles cujo processo de preparo elimina a casca e a mucilagem) mostram acidez cítrica, notas florais e corpo mais denso. Já os de via seca (com preservação da casca) apresentam acidez média, doçura alta e corpo cremoso.
No sul do estado, temos o Cerrado, que é mais uma região cafeeira de muito sucesso. Lá, o café é colhido no período seco e, por esse motivo, os grãos não sofrem com a umidade.
Os níveis de altitude ficam entre 800 e 1.200 metros, o que contribui bastante para a produção de café arábica.
Os cafés produzidos nessa região são fortemente aromáticos, com toque de caramelo e de nozes. A acidez é mais delicada, o sabor é adocicado e possuem notas de chocolate.
Espírito Santo
O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil, ficando atrás somente de Minas Gerais.
O cultivo do grão teve uma adaptação muito boa na região e, por isso, é produzido um tipo de café complexo e encorpado, com acidez delicada e elegante.
Por ser a principal atividade agrícola do estado, a cafeicultura gera cerca de 400 mil empregos.
A região possui 435 mil hectares dedicados ao grão, o que resulta em quase 22% da safra de todo o país. As duas principais variedades de café cultivadas no estado são a conilon e a arábica.